Mapeamento de Conflitos de Uso e Ocupação no Complexo Estuarino de Paranaguá e Plataforma Rasa: Subsídios para o Planejamento Espacial Marinho

Número

Descargas

Visitas a la página del resumen del artículo:  53  

Información

Artículo científico
53-72
Publicado: 09-04-2022

Autores/as

  • Aika Miura (BR) Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • Maurício A. Noernberg (BR) Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Resumen

A preferência pela habitação de ambientes litorâneos se tornou uma estratégia dos humanos devido a diversos fatores; como riqueza de biodiversidade; estratégia geográfica ou abundância de recursos pesqueiros. O ambiente costeiro e estuarino tem grande importância ecológica e, ao mesmo tempo, é local de múltiplos usos para fins industriais, comerciais, habitacionais e portuários. Um Planejamento Espacial Marinho (PEM) eficaz é fundamental para estabelecer uma organização racional da utilização do espaço marinho e das interações entre seus usos, a fim de equilibrar as demandas de desenvolvimento com a necessidade de proteger os ecossistemas marinhos, bem como de alcançar objetivos sociais e econômicos de forma transparente e planejada (UNESCO-IOC, 2011). Este trabalho identifica, mapeia e separa as principais atividades antrópicas desenvolvidas no espaço territorial do Complexo Estuarino de Paranaguá – Paraná, Brasil e na plataforma rasa adjacente. Através de técnicas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e sensoriamento remoto, estabelece as principais zonas de conflitos bem como seu grau de impacto no ambiente marinho e quantifica áreas de proteção ambiental atingidas por atividades antrópicas. Os resultados apresentam as regiões entre Pontal do Sul e Ponta do Poço; a porção sul da Baía das Laranjeiras e a Plataforma Rasa classificadas com níveis de Alto Conflito. Cerca de 19% das Unidades de Conservação (UC) da região e 33% das Zonas de Amortecimento (ZA) são afetadas por atividades e usos antrópicos. Desta forma, a espacialização dos conflitos existentes de diferentes finalidades pode dar suporte para definir estratégias econômicas; dirigir ações para políticas públicas e tomadas de decisões. Ainda, pode ser sinalizador para a mitigação e compensação de impactos ambientais e sociais, devido às atividades antrópicas na área de estudo.

Palabras clave


Cómo citar

Miura, A., & Noernberg, M. A. (2022). Mapeamento de Conflitos de Uso e Ocupação no Complexo Estuarino de Paranaguá e Plataforma Rasa: Subsídios para o Planejamento Espacial Marinho. Costas, 2(2), 53–72. Recuperado a partir de https://revistas.uca.es/index.php/costas/article/view/9018

Citas

Andriguetto Filho J. M.; Chaves, P. T.; Santos, C.; Liberati, S. A. Diagnóstico da pesca no estado do Paraná. A pesca marinha e estuarina do Brasil no início do século XXI: Recursos, tecnologias, aspectos socioeconômicos e institucionais, p. 116-140, 2006.

Aswani, S.; Lauer, M. Incorporating Fishermen's Local Knowledge and Behavior into Geographical Information Systems (GIS) for Designing Marine Protected Areas in Oceania. Human Organization, v. 65, n. 1, p. 81–102, 2006. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/44127124?read-now=1&seq=2#page_scan_tab_contents.

Brasil. Decreto n. 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras providências. Brasília: DOU de 23/08/2002.

Brasil. Decreto n. 6.848, de 14 de maio de 2009. Altera e acrescenta dispositivos ao Decreto no 4.340, de 22 de agosto de 2002, para regulamentar a compensação ambiental. Brasília: DOU de 14/05/2009.

Brasil. Decreto n. 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Brasília: DOU de 23/08/2002.

Brasil. Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009. Dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, regula as atividades pesqueiras, revoga a Lei nº 7.679, de 23 de novembro de 1988, e dispositivos do Decreto-Lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967, e dá outras providências. Brasília: DOU de 29/06/2009.

Castella, R. M. B.; Castella, P. R.; Figueiredo, D. C. dos S.; Queiroz, S. M. P.(Organizadores). Paraná-Mar e Costa: Subsídios ao Ordenamento das Áreas Estuarina e Costeira do Paraná. Curitiba, 2006. Disponível em: http://pdslitoral.com/subsidios-ao-ordenamento-das-areas-estuarina-e-costeira-do-parana/.

Diegues, Antonio Carlos (org.). Enciclopédia Caiçara. 4 vol. São Paulo: Hucitec; Nupaub, 2005.

Fernandes, B. M.; Paulino, E. T.; Fabrini, J. E. Entrando nos territórios do Território. Campesinato e territórios em disputa. São Paulo: Expressão Popular, p. 273-302, 2008b.

Gilliland, P. M.; Laffoley, D. Key elements and steps in the process of developing ecosystem-based marine spatial planning. Elsevier: Marine Policy. n. 32, p. 787-796, 2008.

Gissi, E.; Menegon, S.; Sarretta, A.; Appiotti, F.; Maragno, D. et al. Addressing uncertainty in modelling cumulative impacts within maritime spatial planning in the Adriatic and Ionian region. PLOS ONE 12(7): e0180501, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0180501.

Lana, P. C.; Marone, E.; Lopes, R. M.; Machado, E. C. The subtropical estuarine complex of Paranaguá Bay, Brazil. Ecological Studies, Coastal Marine Ecosystems of Latin America, n. 144, p. 131-145, 2001. Disponível em: https://link.springer.com/chapter/10.1007%2F978-3-662-04482-7_11#page-2.

Little, P. E. Ecologia política como etnografia: um guia teórico e metodológico. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 12, n. 25, p. 85-103, 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832006000100005.

Loureiro Fernandes, J. Contribuição à geografia da praia de leste. Arq. Mus. Par., n. 6, p. 3-44, 1947.

Mcmanus, J. W.; Van Zwol, C.; Garces, L. R.; Sadacharan, D. A framework for future training in marine and coastal protected area management. 57. Malaysia: ICLARM Conference proceedings, 1998.

Miranda, J. I. Fundamentos de Sistemas de Informações Geográficas. Brasília, 2010.

MMA. Atlas de Sensibilidade Ambiental ao Óleo da Bacia Marítima de Santos. Brasília, 2007.

MMA. Biodiversidade Brasileira: Avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias

para conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros. Brasília, 2002.

MMA. Gestão Integrada da Zona Costeira do Paraná com ênfase na área marinha. Coletanea de mapas GERCO-PR. Curitiba, 2004. Disponível em: http://pdslitoral.com/gestao-integrada-da-zona-costeira-do-parana-com-enfase-na-area-marinha-pnma-ii/.

MPF - Ministério Público Federal. Disponível em: http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr4/dados-da-atuacao/grupos-de-trabalho/encerrados/gt-pesca/portarias/ParquesAqucolas.pdf. Acesso em: 20/09/2018.

Noernberg, M. A.; Lautert, L. F. C.; Araújo, A. D.; Marone, E.; Angelotti, R.; Netto Jr., J. P. B.; Krug, L. A. Remote Sensing and GIS Integration for Modeling the Paranaguá Estuarine Complex -Brazil. Journal of Coastal Research, v. 39, p. 1627-1631, 2006.

Paula, E. V. Análise da produção de sedimentos na área de drenagem da Baía de Antonina, Paraná: Contribuições ao Planejamento do Território. In: Reis, R. A.; Abrahão, C. M. S.; Tiepolo, L. M.; Chemin, M. Litoral do Paraná: Território e Perspectivas. Curitiba: Brazil Publishing, 2016. 11-35.

Pigosso, A. M. B.; Moscal, J. S.; Goldbach, J. Conflitos ambientais no litoral norte do Paraná: um mapeamento preliminar. Guaju, Matinhos, v. 4, n. 1, p. 107-125, 2018. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/guaju/article/view/58660/35811.

Santos, P. A.; Quadros, J. Atores sociais e conflitos socioambientais: Uma caracterização da localidade do Parati, Guaratuba, Litoral do Paraná. In: REIS, R. A.; ABRAHÃO, C. M. S.; TIEPOLO, L. M.; CHEMIN, M. Litoral do Paraná: Território e Perspectivas. Curitiba: Brazil Publishing, 2016. 143-174.

Tomlin, C. D. A Map Algebra. In Proceedings of Harvard Computer Graphics Conference, at Cambridge, Mass, 1983.

Tuda, A. O.; Stevens, T. F.; Rodwell, L. D. Resolving coastal conflicts using marine spatial planning. Elsevier, v. 133, p. 59-68, 2014.

Unesco-IOC. Planificación Espacial Marina: una guia paso a paso hacia la Gestión Ecosistémica. 2009. Disponível em: http://mspes.ioc-unesco.org/guias/pem-enfoque-paso-a-paso/.

Venegas-Li, R.; Levin, N.; Possingham, H.; Kark, S. 3D spatial conservation prioritisation: Accounting for depth in marine environments. Methods in Ecology and Evolution. DOI: 10.1111/2041-210x.12896.

Vigl, L. E.; Depellegrin, D.; Pereira, P.; Groot, R.; Tappeiner, E. Mapping the ecosystem service delivery chain: Capacity, flow, and demand pertaining to aesthetic experiences in mountain landscapes. Science of The Total Environment, v. 574, p. 422-436, 2017.