Administração Pública e Gestão Costeira no Brasil: Reformismo e Modernidade Postergada

Número

Downloads

Article abstract page views:  73  

Info

Scientific article
31-52
Published: 09-04-2022

Authors

  • (BR) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • (BR) Universidade Federal do Rio Grande
  • (BR) ³Centro de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas (Centro TAMAR/ICMBio)

Abstract

The complexity and dynamics of changes in public administration structures and their management mechanisms can be causes of turbulence and increased uncertainty in the different fields of government action. This article seeks to analyze the possible effects of these institutional movements on plans and structures aimed at Brazilian coastal management, seen as an integral part of the public policies established for planning and management in this field. The methodological approach developed is descriptive and interpretive, with qualitative data that try to characterize the National Coastal Management Program (GERCO) from the stages of a public policy cycle, observing the presence (or absence) of elements of each model of administration in its development. The result of the analysis concludes that GERCO was conceived and implemented in a context of hybridism of bureaucratic, managerial, and societal administration models. Furthermore, this hybridism can be recognized in different ways when we look at each stage of the political cycle. Elements of bureaucratic administration became evident mainly in the elaboration of the program (PNGC I), and through hierarchies in the organization of competences for coordination and the constitution of technical instruments without the participation of social actors, other than specialized non-technicians. The management model is present in all stages of the cycle, from the perception of the problem to the implementation phase of the policy and its instruments. A strong hybrid between the managerial and the societal model stands out, right after the regulation of PNGC II, with the incorporation of the need to improve the quality of management with more participation and action by civil society actors. The cycle assists in the systematization of information about the GERCO structure and shows a weakness in the steps of enforcing in practice the instruments that aim to ensure the planning and conservation of coastal spaces. It is believed that this study contributes to the understanding of the relationship between coastal management and the Public Administration that holds it and determines its directions. It is in the intricacies of the PA, with its potentialities and anachronisms, that the conditions (favorable or not) for the development of the cycles of this public policy (PP) are established, which overlap in spasmodic movements, benefitting more planning stages than the implementation of instruments. and processes related to coastal zone management.

Keywords


How to Cite

Costa, J. C., Asmus, M. L., & Sales, G. (2022). Administração Pública e Gestão Costeira no Brasil: Reformismo e Modernidade Postergada. Costas, 2(2), 31–52. Retrieved from https://revistas.uca.es/index.php/costas/article/view/9017

References

Araújo, L., & Rodrigues, M. D. L. 2017. Modelos de análise das políticas públicas. Sociologia, Problemas e Práticas, (83): 11-35. Asmus, M.L.; Kitzmann, D.; Laydner, C.; Tagliani, C.R.A. 2006. Gestão Costeira no Brasil: Instrumentos, Fragilidades e Potencialidades. Gestão Costeira Integrada, (5): 52-57.

Asmus, M. L.; Nicolodi, J.L; Scherer, M.E.G.; Gianuca, K.; Costa, J.C.; Goersch, L.; Hallal, G.; Victor, K.D.; Ferreira, W.L.S.; Ribeiro, J.N.A.; Pereira, C.R.; Barreto, B.T.; Torma, L.F.; Souza, B.B.G.; Mascarello, M.; Villwock, A. 2018. Simples para ser útil: Base Ecossistêmica para a Gestão Costeira. Desenvolvimento e Meio Ambiente. (44), 4-19. Asmus, M. L. 2019. Integrated Coastal Zone Management in Brazil, 29-36. In: Cicin-Sain et al. Review of International Experiences in Integrated Coastal Zone Management (ICZM) and Relevance to India Emphasis on Federal/State/Local Interactions. Global Forum for Ocean, Coasts, and Islands, 99 p.

Barragán, J.M. 2014. Política, Gestión y Litoral: una nueva visión de la gestión integrada de áreas litorales. Madrid, Spain: Editor Tébar Flores, 685 p.

BRASIL. Decreto Nº 5.300, de 07 de dezembro de 2004. Regulamenta a Lei Nº 7.661/88, que institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 2004. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/ fed/decret/2004/decreto-5300-7-dezembro-2004535018-norma-pe.html. Acesso em: 25 de agosto de 2020.

BRASIL. Lei Nº 7.661, de 16 de maio de 1988. Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7661.htm#:~:text=Institui%20o%20Plano%20Nacional%20de,Art. Acesso em: 25 de agosto de 2020.

Bresser-Pereira, L. C. 1996. Da administração pública burocrática à gerencial. Revista do Serviço Público, 47(1), 2-28.

Cobb, R. W.; Elder, C. D. 1983. Participation in American politics: the dyna- mics of agenda-building. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 357 p.

Coelho, A. Balanço do PAF-ZC 2015-2016. 2017. Apresentação. Departamento de Gestão Ambiental Territorial (DGAT). Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental (SRHQ). Ministério do Meio Ambiente, Brasília, DF.

Costa, J. C. & Asmus, M.L. 2018. Base ecossistêmica da atividade pesqueira artesanal: estudo de caso no Baixo Estuário da Lagoa dos Patos (BELP), RS, Brasil. Desenvolvimento e meio ambiente, (44): 51-75.

Costa, F. L. D., & Costa, E. M. L. D. 2016. Nova história da administração pública brasileira: pressupostos teóricos e fontes alternativas. Revista de Administração Pública, 50(2): 215-236.

Cicin-Sain, B.; Knecht, R. 1998. Integrated coastal and ocean management: concepts and practices. Island Press, Washington, D.C., 517p.

De Benedicto, S. C., Júnior, E. D. S. G., Pereira, J. R., De Andrade, G. H. N. 2013. Governança corporativa: uma análise da aplicabilidade dos seus conceitos na administração pública. Organizações Rurais & Agroindustriais, 15(2): 286-300.

De Souza, Y. H; Secchi, L. 2015. Extinção de políticas públicas. Síntese teórica sobre a fase esquecida do policy cycle. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, 20(66). Drumond, A. M; Silveira, S. F. R; Silva, E. A. 2014. Predominância ou coexistência? Modelos de administração pública brasileira na Política Nacional de Habitação. Revista de Administração Pública, 48(1): 3-25.

Fisher, F.; Miller, G. J.; Sidney, M. S. 2007. Handbook of public policy analysis: theory, politics and methods. Boca Raton: CRC Press, 668 p.

Frey, K. 2000. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Ipea Planejamento e Políticas Públicas, (21): 211-259

Gerhardinger, L. C.; Gorris, P.; Goncalves, L. R.; Herbst, D. F.; Vila-Nova, D. A.; De Carvalho, F. G.; Glaser, M.; Zondervan, R.; Glavovic, B. C. 2018. Healing Brazil’s Blue Amazon: The role of knowledge networks in nurturing cross-scale transformations at the frontlines of ocean sustainability. Frontiers in Marine Science, 4, 395.

Gil, A. C. 2008. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas.

Grisalis, R.M. 2011. Formar en administración: Por una nueva fundamentación filosófica (Administración y cultura). Kindle Edition, 318 p.

Klering, L.R; porsse, M.C.S.; Guagagnin, L.A. 2010. Novos caminhos da Administração Pública Brasileira. Análise, Porto Alegre, 21(1): 4-17.

Lopes Valadares, J.; de Castro Alcântara, V.; Boas, A. A. V.; Emmendoerfer, M. L. 2017. Os discursos do empreendedorismo na administração pública brasileira: Análise crítica de uma experiência contemporânea. Revista de Administração da Universidade Federal de Santa Maria, 10(6): 990-1008.

Lustosa da Costa, F. L. 2010. 200 anos de Estado, 200 anos de administração pública, 200 anos de reformas. Revista da Administração Pública, 61(3): 269-286.

Marroni, E. V; Asmus, M.L. 2005. Gerenciamento Costeiro: uma proposta para o fortalecimento responsável pela gestão ambiental. União Sul-Americana de Estudos da Biodiversidade, Pelotas, 149 p.

Matias-pereira, J. 2008. Administração pública comparada: uma avaliação das reformas administrativas no Brasil, EUA e União Europeia. Revista de Administração Pública, 42(1): 61-82.

Mccombs, M. 2009. A teoria da agenda: a mídia e a opinião pública. Rio de Janeiro: Vozes, 240 p.

MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2015. (Ed.). Pereira, F. C.; Oliveira, M. R. L. de (Orgs.) Plano nacional de gerenciamento costeiro: 25 anos do gerenciamento costeiro no Brasil. Brasília, DF, 181 p.

MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2017. Plano de Ação Federal para Zona Costeira. Brasília, DF, 37 p.

MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2018. Programa Nacional para Conservação da Linha de Costa – PROCOSTA. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, Departamento de Gestão Ambiental Territorial. Brasília, DF, 36 p.

Nicolodi, J. L.; Asmus, M.; Turra, A.; Polette, M. 2018. Avaliação dos Zoneamentos Ecológico-Econômicos Costeiros (ZEEC) do Brasil: proposta metodológica. Desenvolvimento e Meio ambiente, (44): 378-404.

Nicolodi, J. L.; Asmus, M.; Turra, A.; Polette, M. (Org.). 2018. Avaliação dos Zoneamentos Ecológico-Econômicos Costeiros (ZEEC) do Brasil. Ministério do Meio Ambiente, Relatório Final.

Oliveira, M. R. L. D. & Nicolodi, J. L. 2012. A Gestão Costeira no Brasil e os dez anos do Projeto Orla: Uma análise sob a ótica do poder público. Revista de Gestão Costeira Integrada, 12(1): 89-98.

Olsen, S.; Tobey, J.; Kerr, M. 1997. A common framework for learning from ICM experience. Ocean & Coastal Management, (37): 155-174.

Paes de Paula, A. P. 2005. Administração pública brasileira entre o gerencialismo e a gestão social. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, 45(1), 36-49. Paes de Paula, A. P. Por uma nova gestão pública: limites e potencialidades da experiência contemporânea. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2005.

Perez, M. L.; SILVA, J. G. D.; & ROSSO, T. C. D. A. 2009. Uma visão da implantação do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro no Brasil. Rio’s International Journal on Sciences of Industrial and Systems Engineering and Management, (3): 092-02.

Reis, M. L. 2014. Reforma do Estado: da Administração Burocrática à Administração Pública Gerencial: o caso brasileiro. Revista Foco, 7(1):104-137.

Sales, G. 2017: Seguindo Tartarugas e Tubarões na Análise de um Política Pública para conservação da Natureza, Tese (Doutorado em Administração), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Santos, A. F. 2017. Evolução dos Modelos de Administração Pública no Brasil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, 4 (1): 848-857.

Secchi, L. 2009. Modelos organizacionais e reformas da administração pública. Revista de Administração Pública, 43(2): 347-369.

Secchi, L. 2013. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo: Cengage Learning, 188 p.

Scherer, M.; Sanches, M. & Negreiros, D. H. D. 2009. Gestão das zonas costeiras e as políticas públicas no Brasil: um diagnóstico, 291-330. In: Barragán Muñoz, J.M. (coord.). Manejo Costero Integrado y Política Pública en Iberoamérica: Un diagnóstico. Necesidad de cambio. Red IBERMAR (CYTED), Cádiz, 291-330, 383 p.

Scherer, M. E. G.; Asmus, M. L. & Gandra, T. B. R. 2018. Avaliação do Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro no Brasil: União, Estados e Municípios. Desenvolvimento e Meio ambiente, (44): 431-444.

Scherer, M.E.G.; Nicolodi, J.; Costa, M.F.; Corraini, N.; Gonçalves, R.K.; Cristiano, S.C.; Ramos, B.; Camargo, J;M.; Souza, V.A.; Fischer, L.O.; Sardinha, G.; Mattos, M.P.S.; Pfuetzenreuter, A. “Under New Management,” Journal of Coastal Research 95 (sp1), 945-952.

Stori, F. T; Shinoda, D. C., Turra, A. 2019. Sewing a blue patchwork: An analysis of marine policies implementation in the Southeast of Brazil. Ocean & coastal management, (168), 322-339.

Setti, G. A. M. 2011: Alcances e limites da reforma de Estado e da reforma administrativa no Brasil e na Argentina: um estudo comparativo das experiências de Carlos Menem e Fernando Henrique Cardoso na década de 1990. Tese (Doutorado em Ciências Sociais), Universidade de Brasília (UNB).

Tagliani, P.R.A & M. L Asmus. 2011. O Programa de Manejo Integrado do Estuário da Lagoa dos Patos, 27-39. In: Tagliani, P.R y M. Asmus (Ed.). Manejo Integrado do Estuário da Lagoa dos Patos: uma experiência de gerenciamento costeiro no sul do Brasil. Editora da FURG, Rio Grande, 252 p.

Theodoulou, S. Z. 1995. How public policy is made, 8696. In: Theodoulou, S. Z.; Cahn, M. A. Public policy: the essential readings. Prentice Hall, 384 p.

Zamboni, A. & Nicolodi, J. L. (Org.). 2008. Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha do Brasil, 242p. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental. Brasília. DF, Brasil.

Yin, R. K. 2002. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman.