O cuidado pelo narrar: ofício docente na educação básica brasileira na pandemia de Covid-19

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https://doi.org/10.25267/Hachetetepe.2022.i25.2201

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Publicado: 23-06-2022
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Resumo

Este artigo apresenta um recorte da  pesquisa “Narrativas do trabalho docente na pandemia de Covid-19: pela memória do ofício, práticas de cuidado na educação” desenvolvida junto a professoras e professores da Educação Básica da rede pública brasileira. Analisa-se a experiência do trabalho docente durante a pandemia de Covid-19, acessada através das narrativas de professores e professoras sob o ponto de vista clínico do trabalho, ou seja, na articulação subjetividade, saúde e trabalho. A pesquisa, entendida como pesquisa-intervenção vale-se de uma plataforma online onde professores e professoras participantes postam e interagem com narrativas sobre o trabalho docente na pandemia. Também, são realizadas rodas de conversa entre os participantes da pesquisa através de plataformas de reunião online.  Encontramos o ofício docente sob forte abalo - em grande esforço para não sucumbir diante dos desafios colocados pela pandemia para a realidade brasileira - e uma sala de aula em movimento de reterritorialização a partir dos encontros tecnológicos que o confinamento demandou. O processo de produção de narrativas constitui ferramenta para tecer uma dimensão coletiva da narratividade, compondo assim estratégia de cuidado do ofício docente, bem como das pessoas que o exercem.

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A pesquisa da qual trata-se neste texto é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para incentivo à pesquisa no Brasil. A CAPES -Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Instituto Federal do Rio Grande do Sul financiam os estudos de três dos autores deste artigo.

Como Citar

Amador, F. S., Prediger, J., Fernandes, D. R., & Santos, A. T. R. (2022). O cuidado pelo narrar: ofício docente na educação básica brasileira na pandemia de Covid-19. Hachetetepé. Revista Científica De Educação E Comunicação, (25), 2201. https://doi.org/10.25267/Hachetetepe.2022.i25.2201

Biografia do Autor

Fernanda Spanier Amador, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduação em Psicologia (UCPel), Especialização em Saúde Mental Coletiva (Ulbra), Mestrado em Psicologia Social e da Personalidade (PUCRS) e Doutorado em Informática na Educação (UFRGS), desenvolvendo pesquisa na linha Interfaces Digitais em Educação, Arte, Linguagem e Cognição. Doutorado Sanduíche no Conservatoire National des Arts et Métiers (CNAM/Paris). Pós-Doutorado em Educação (UFRGS). Coordenadora do GT Políticas da Subjetividade, ligado à Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (2020-2022). Atualmente ocupa o cargo de Professor Associado do Departamento de Psicologia Social e Institucional do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atuando também, como docente e pesquisadora, no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional (PPGPSI/UFRGS). Coordenadora do PPGPSI/UFRGS (2017-2019) e do n-pista(s) - Núcleo de Pesquisas Instituições, Subjetivação e Trabalho em Análise (s) - cadastrado no CNPQ - https://www.ufrgs.br/n-pistas/

Juliana Prediger, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Maria (2007), título de Especialista em Psicologia Escolar/Educacional, Conselho Regional de Psicologia - 7ª região (2014), mestrado em Psicologia Social e Institucional (UFRGS) e doutoranda no Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É Psicóloga no Instituto Federal do Rio Grande do Sul - Campus Porto Alegre. Atua nas interfaces da Psicologia com a Educação e Psicologia e Trabalho.

Daniel Rodrigues Fernandes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2013) e mestrado em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2017). Atualmente, encontra-se em processo de doutoramento pelo mesmo programa do mestrado. Suas áreas de estudo e interesse incluem: análise institucional, políticas públicas, modulações tecnológicas e processos de subjetivação.

Aline Talita Rosa Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduanda em Psicologia - Noturno pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi bolsista de iniciação científica voluntária no projeto de pesquisa "Transição para a parentalidade adotiva: pesquisa e intervenção" do Núcleo de Pesquisa e Intervenção em Famílias com Bebês e Crianças (NUFABE) do Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e Personalidade do Instituto de Psicologia da UFRGS, e atuou, de 2019 a 2020 como bolsista de iniciação científica PROBIC FAPERGS. Atualmente bolsista de iniciação científica do N-pistas, Núcleo de Pesquisas Instituições, Subjetivação e Trabalho em Análise(s) .

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